sexta-feira, 31 de maio de 2013

Ciume e Sintoma


Podemos observar nos registros da história da humanidade que o ciúme sempre fez  parte de diferentes épocas e culturas. Se faz também presente nos dias de hoje e é bem evidente nos povos latinos.
               A palavra ciúme tem sua origem etimológica no latim - ZELUMEM que significa zelo, cuidado, querer bem.  O ciúme é caracterizado por uma variação de sentimentos, pensamentos e ações. É marcado por ameaças reais ou fantasiosas que podem comprometer a qualidade e a estabilidade dos relacionamentos afetivos que são importantes e valorizadas.
               Tem uma evidente correlação com a insegurança e se origina na história de vida de cada um. Para entender como o ciúme se desenvolve é preciso voltar às primeiras vivências  da infância e à importante etapa que envolve a relação mãe-bebê onde os primeiros sentimentos são experienciados.
               Vários são os fatores que podem contribuir para a construção do ciúme. Filhos de mães controladoras tendem a absorver este comportamento e posteriormente nas relações afetivas podem repetir também esse padrão de querer controlar o outro. Isso acontece porque para eles pode também ser  uma forma de demonstrar o seu cuidado, o seu afeto, o seu amor. Em qualquer fase do desenvolvimento infantil a criança pode sofrer com as perdas, com a sensação de abandono, de desvalorização e de desrespeito. Assim, todas as experiências vividas na infância e nas demais fases da vida ficam registradas no inconsciente e vão constituindo  a estrutura psíquica e a personalidade  Mais tarde, em algum momento poderá reviver e reproduzir as mesmas emoções armazenadas e contidas num tempo remoto de sua vida. 
                 Este sentimento ligado ao amor, que sufoca e oprime, frequentemente vem acompanhado de muita dor e angústia tanto para quem o sente como para quem é ferido por ele. Enquanto sintoma, pontua a falta de confiança em si mesmo e no outro e tem como traços peculiares a ansiedadedepressão, obsessões, raiva,  impulsividade, desconfiança,
                  Pode ser diagnosticado como doença quando a vida começa a ficar paralisada em função do outro, quando a pessoa sente que todo o seu valor e estima está concentrado no outro e a impede de viver relações plenas.        
                 O ciúme faz parte dos transtornos de personalidade e  pode ser curado com ajuda profissional: terapia e medicamento. 
               Quanto mais seguro estiver com relação ao seu poder pessoal maior será o seu poder de viver com liberdade.
                A primeira receita para a cura é buscar dentro de si aquilo que tanto necessita receber do outro: o amor.
Escrito pela Psicologa Ivana M. Campagnolli
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sexta-feira, 24 de maio de 2013

Ansiedade é genética?


Sim, ela é.
Num outro post falei de Psicossomática, que são as doenças da alma.
Retomando resumidamente o assunto já abordado, emoções boas nos trazem bem estar e emoções ruins, logicamente nos trazem um mal estar. A ansiedade está entre elas.
A ansiedade sempre existiu desde os tempos primitivos o ser humano sofre deste mal.
Antigamente ficava-se ansioso pela caça, pela busca a proteção contra os perigos que os assolavam.
Embora hoje não tenhamos mais que sair a caça de comida, hoje nossas preocupações só mudaram de nome, porque o perigo está em todo lugar, e também corremos atrás da concorrência, empregos, família, bem estar, saúde, enfim a lista é enorme.
O gene da ansiedade encontra-se em nossos arquivos genéticos, portanto herdamos esse gene da ansiedade de nossos pais.
A diferença está no nível de ansiedade existente em nossas vidas. E ela dispara quando nos deparamos com situações que exigem nossa atenção.
Podemos dividir a ansiedade em dois grupos: um ansiedade que faz parte do nosso dia-a-dia, quando esperamos uma resposta importante, temos um assunto importante para resolver, automaticamente algo é acionado, e a ansiedade começa a funcionar, com palpitações no coração, sudorese, dor de cabeça, irritabilidade, stress... são conhecidos de todos nós. Podemos considerar que este tipo de ansiedade tem controle, é aceitável, pois resolvendo o problema a ansiedade passa, conseguimos manejar a situação. Estamos adaptados a nossa realidade.
O outro tipo de ansiedade é quando já não temos mais controle. Aqui a pessoa não se sente em controle, é um nível muito alto de ansiedade onde o sujeito chega a uma estafa. Já não consegue gerenciar sua própria vida.
A pessoa não se desliga das diversas funções que assume e de repente já não consegue desempenhar nenhuma função de maneira adequada, ela se perde e se frustra e seu nível de irritabilidade chega ao insuportável.
Nesta altura do campeonato a pessoa precisa de ajuda médica e provavelmente precisará fazer uso de algum medicamento, pois os sintomas vão além da mera irritabilidade e dor de cabeça, já causam insônia, fadiga, dores musculares, dificuldade para se concentrar e outros.
Agora uma pergunta que talvez seja interessante. Podemos viver sem ansiedade?
Temo que não. Imaginem um atleta indo para suas competições sem ansiedade, ele não tem mais o estado de alerta, portanto não teria pelo que lutar. No nosso dia-a-dia, quando diante de um novo projeto, uma apresentação, se não estamos ansiosos não vamos cuidar para que saia da maneira planejada, por isso quando ansiosos num nível aceitável, cuidamos do que é nosso e de nós mesmos!
Agora por curiosidade. Adivinhem quem é o ser humano mais ansioso? Sim, a mulher! Creio que isso se deve por causa dos famosos hormônios.
Agora, hoje em dia 5% da população padece de um distúrbio generalizado de ansiedade.
Portanto, busque qualidade de vida para que voce não venha a fazer parte destes 5% ou até mesmo a contribuir para o aumento deste número.
Alimente-se bem, pratique um esporte, busque tempo de lazer, faça coisas que você gosta, leia, escute uma boa música, de risada com seus amigos e família. Isso só vai te ajudar a se aliviar de dias estressantes e angustiantes.
Se quiser ler mais sobre ansiedade, visite:       


http://martabolshaw.blogspot.com.br/2008/08/gene-para-ansiedade.html

Artigo escrito pela Psicologa Lia E. Aguilera
CRP 08/04690

quinta-feira, 16 de maio de 2013

A importância da Educação Religiosa






A instrução religiosa dá o sentido do sagrado para a criança. Para a criança este sagrado é um amor sem explicações. O sagrado aparece a seus olhos, a seu coração. Por ser tão “puro”, é que devemos nos policiar mais diante da educação religiosa. Por exemplo, quando se fala para a criança “você foi desobediente e Jesus ficou triste”, estamos a fazendo crer que a culpa humana se alinha ao sentido do sagrado, o que é completamente errado. Não devemos misturar, pois a criança mistura tudo – o seu lado humano, social e afetivo juntando-se ao que é sagrado. Chocamo-nos contra as leis naturais e não contra as leis de Deus.

O que é a lei que traz Jesus para a criança? Jesus quer por em prática a lei (os 10 Mandamentos), sobretudo em relação a nós mesmos. A lei está nos corações e não nos textos. Está no espírito, na alma e não somente nas atitudes. Jesus dá sentido a lei e as leis estruturam os povos e os indivíduos.

É bom mostrar livros ilustrados para as crianças da vida de Jesus. A criança segue a história e se identifica com ela, compreendem tudo pela imagem. Dessa forma, preparamos a criança para instrução religiosa, integrando-a a vida cotidiana (exemplo: o rezar antes de dormir e antes de comer, anjo da guarda, etc).

Isto permite a criança situar-se e perceber a idéia do bem e a idéia do mal. O que é o mal e/ou o pecado? Nem sempre é um ato voluntário de nossa consciência, mas não podemos deixar de pecar. Viver é pecar. Instalar-se no pecado é morrer.  Quando Jesus diz à mulher adúltera “Eu não te condeno, vai e não peques mais”, Ele a reintegra na lei. Ele a devolve à vida.

A instrução religiosa para a criança se dá de forma positiva quando ensinamos a ela a devoção, a confiança e o respeito às suas atitudes espontâneas.

 Escrito pela Psicologa Maria Luiza Jorge

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Dar presente


Algo muito particular que exige atenção e sensibilidade.
Atenção por que devemos olhar para a pessoa a ser presenteada como alguém diferente de nós e que tem suas particularidades, suas preferências e escolhas - a isso chamo sensibilidade.
Não descarto que o momento da escolha também tenha nossa preferência.
É difícil principalmente para nós mulheres entrarmos numa loja e não nos identificarmos com nossas preferências. Claro que homens sempre passam pelo mesmo problema, mas para eles acaba sendo mais fácil, pois sempre tem uma amiga, mãe, irmã que poderá opinar e quando entram numa loja, a vendedora fica encarregada da função e vai perguntar: "como ela (e) é?"
Eu mesma já fui vitima de ganhar presentes que não tem nada a ver comigo. Aliás creio, que muitos de nós já fomos e é uma experiência desagradável. E na hora o que me vem a cabeça sempre é, mas será que essa pessoa nunca prestou atenção em mim?
Outro dia me deparei, saindo com uma amiga, e ela estava encarregada de comprar presente para duas amigas que faziam aniversário e percebi que logo ela foi às suas preferências.
Mas como boa mulher que é já me perguntou o que eu achava, e eu sem conhecer suas amigas já perguntei "como elas são?"
Ai percebi como os erros na hora de se presentear alguém podem acontecer. Ficar com suas próprias preferencias em vez de olhar para quem será presentado.
Creio que de maneira inconsciente as pessoas acabam se presenteando nessa hora, principalmente mulheres, pois é sabido o quanto gostamos de comprar. Mas uma dica da psicóloga que vos escreve, para procurar acertar, da próxima vez, saia com objetivo e de olho na pessoa a ser presenteada, observando seu comportamento e hábitos.
Boas compras!
Escrito pela Psicologa Lia E. Aguilera
CRP 08/04690

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Psicologia e Cinema



O cinema através dos tempos tem exercido um grande poder de fascínio, magia e mobilização na natureza humana.
          Em psicoterapia os filmes vem sendo amplamente  utilizados como importante ferramenta auxiliar no processo terapêutico. Eles cumprem muitas vezes a função de facilitadores na reflexão, compreensão e na busca de soluções de conflitos e questões pessoais. 
          Os filmes podem ser geradores de grandes comoções e é muito comum ao assistir a um filme, o espectador se projetar no protagonista, se sensibilizar com o enredo, fotografia, trilha sonora e logo reconhecer que tudo se aplica perfeitamente em sua história de vida.
           No processo terapêutico, o terapeuta, conhecedor da dinâmica do cliente recomenda um  filme  cuja história possa incitar novas percepções; objetivando sempre a possibilidade de mudança em alguma situação. . Posteriormente,irão juntos pontuar as cenas e configurar as analogias encontradas.
           Os filmes como sendo grandes fomentadores de emoções podem facilitar as elaborações mentais e novas conexões. Trazem à tona sentimentos que estavam encobertos, focam  nas reações que causam no inconsciente e possibilitam avanços na terapia.
           Vale ressaltar que um bom filme não substitui o tratamento psicológico, mas é muito provável que você possa encontrar pistas para o caminho de novas  aprendizagens e crescimento.
          E sempre é possível aprender algo!!!
          O que você pode aprender???
          Confira alguns títulos como sugestão:

          As Pontes de Madson; -  EUA-1995 -Crise Conjugal
          Um dia de Cão :- EUA=1975 - Pessimismo
          O Mágico de Oz:- EUA- 1939- Depressão
          O Padre:- Grã-Bretanha-1994- Valores da Sociedade e Igreja..

          IVANA MARIA CAMPAGNOLLI
                  PSICÓLOGA

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Era uma vez...


... a história da estória, dos contos de fadas...
Num reino muito distante, há muitos anos atrás dois irmãos da família Grimm que com muita sabedoria e do meu ponto de vista, de uma organização e saúde mental fantástica nos contaram estórias como Branca de Neve, João e Maria, Chapeuzinho Vermelho, e outras. E como fizeram isso? Existiam pessoas que contavam estórias em seu vilarejo, e eles anotavam e claro criavam, fantasiavam em cima disso.
Estudei os irmãos Grimm, e depois fui ler a Psicanálise dos contos de fadas de Bruno Bettelheim, e para escrever para crianças você precisa entender de sentimentos, de organização psíquica, e na época deles a Psicanálise estava sendo estudada ainda por Freud. Então por minha conclusão, estes dois advogados, que largaram sua profissão e foram estudar a literatura alemã, eram pessoas de muita saúde mental. Pois criaram estórias que falavam de medo, de culpa, justiça, luta entre o bem e o mal e o mais importante com finais felizes. Coisas que fazem muito bem à criança ouvir.
Heróis! Ah os nossos heróis da infância (latência), o que seria de nós se não idealizássemos esses heróis e não buscássemos estas identificações, para que hoje adultos, saibamos como lidar com momentos tão difíceis que surgem em nossas vidas. Ter esperança e saber lutar! Ou até mesmo ter e idealizar sonhos.
Gostaria de saber mais sobre os pais dos Grimm!
Mas enfim, acabei me deparando com a importância que os contos de fadas têm e tiveram em nossas vidas.
A criança além de crescer assistindo seus pais ou aqueles que cuidam dela, ela ouve estórias. E se não ouve, precisa ouvir!
As estórias fazem sentido pra ela, por que falam a linguagem de seu mundo, mexem com a fantasia, criatividade, seus sentimentos sem entrar em sua própria história, pois você sabe, que quando uma estória infantil começa, ela diz... num reino distante, há 1000 anos, e por ai vai, portanto isso não está aqui na vida desta criança, está longe, mas que a levam a elaborar questões em seu cotidiano, pois nas estórias, existem o medo, a culpa, relação pai e mãe, irmãos, a briga entre o bem e o mal, e a importância de sempre prevalecer o bem.
Até os dias de hoje, temos alguns adultos que se encantam por exemplo com Harry Potter, vão ao cinema, leem os livros e por quê? Por que veem a luta entre o bem e o mal, e isso fala com a gente!
E já repararam que as crianças as vezes pedem pra ouvir de novo uma estória já contada? Isto é por que ela tem questões para elaborar ali. E se voce muda o rumo, ou conta de uma outra maneira, elas o corrigem, mas elas precisam ouvir de novo, por que só ouvindo, é que vão elaborar as questões envolvidas na estória e também em sua vida.
Portanto contem estórias aos seus filhos, eles precisam disso, vai ajudá-los em seu crescimento emocional e vão aprender a se envolver com a leitura.
 Escrito pela psicóloga Lia Ergas Aguilera

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Cuidando da criança interior



     Voltando às memórias do tempo...
     Você consegue se recordar das suas brincadeiras preferidas? Do que gostava de comer? Dos momentos felizes da sua infância?
     Por onde andam aqueles sentimentos de espontaneidade, confiança,alegria e vivacidade?
     Todos nós possuímos dois aspectos de nossa personalidade: o lado  adulto e o lado criança.
     E o que significa esse lado criança?
     Para que possamos hoje entender as nossas dificuldades emocionais e muitos dos nossos conflitos é fundamental identificar a origem dos problemas...
     Todas as experiências que nós vivenciamos na infância, carregadas de emoções positivas ou negativas ficaram registradas e armazenadas em nossa memória e podem influenciar nos relacionamentos que vamos estabelecendo ao longo da vida. Se a criança passou por experiências positivas, vivendo em um ambiente acolhedor onde se sentiu amada e cuidada, certamente se tornará um adulto mais seguro, coerente, equilibrado e com relacionamentos saudáveis. Por outro lado, a carência de amor e cuidados, a rejeição, abandono, traumas, falta de limites - irão nortear todas as suas condutas pela vida afora e dentro de si permanecerá escondida a criança ferida.
     Assim, vamos nos tornando adultos e nossa criança ferida nos acompanhando...
     Ao entrarmos em contato com a nossa criança interior, aprendendo a amá-la e aceitá-la, ouvindo o que ela tem a dizer, quais são as suas necessidades, quais são as suas  dores,  mágoas e inseguranças; estaremos libertando muitas emoções que estão aprisionadas dentro de nós . Ao mesmo tempo estaremos acessando o potencial de cura para muitas de nossas doenças e feridas emocionais.
    As feridas para serem curadas precisam ser reconhecidas e revividas com toda a sua carga emocional, pois só poderemos curar aquilo que sentimos.
     É a nossa criança interior que terá a participação direta e sempre presente na nossa visão de mundo, nas nossas escolhas, ações e tomadas de decisões. Quando resgatamos e cuidamos de nossa criança, interior não precisaremos mais como adultos reagirmos com comportamentos infantis próprios de uma criança ferida: provocações banais, incoerências, pirraças, vitimizações,idealizações, ciúme,etc..., 
   Entre em contato com sua criança interior, dê a ela o que ela necessita e que  somente você pode dar: amor e carinho!
   Faça isso, sem esperar que os outros façam isso por você.
   Lembre-se: as carências de hoje são reflexos da falta de amor e compreensão que você não recebeu quando criança.
   Quando você emitir comportamentos disfuncionais, infantis ou inadequados, você pode se perguntar:  Quantos anos tenho neste momento?
   Refletindo sobre isso talvez você possa encontrar a explicação para muitos de seus problemas... 
   E possa também viver uma vida mais feliz, porque a criança bem cuidada permite  que você  como adulto viva com mais sabedoria e equilíbrio.
   Então, se permita brincar mais, sorrir mais, aproveitar mais a vida! 
* Como complementação do tema sugiro o filme Duas Vidas protagonizado por Bruce Wills ( original The Kid), Este delicioso filme retrata a vida de um profissional bem sucedido, rígido  e com feridas emocionais que se vê em determinado momento diante de sua criança interior aos oito anos de idade. A convivência dele com a criança interior mudará a  sua vida para sempre.

       IVANA MARIA CAMPAGNOLLI
       PSICÓLOGA - CRP 08- 02256